O leitor do Cinema com Crítica sabe que, semanalmente, publico uma lista de sugestões no meu instagram. Tem sido uma praxe mantida com intermitências raríssimas desde 2016/2017.
As listas que produzirei com o título originalíssimo “1.001 Filmes para Assistir Antes de Morrer” não trarão, em regra, lançamentos no streaming, mas obras que considero seminais para que você tire a carteirinha de cinéfilo raiz. Serão 3 filmes por semana, a fim de que você não tenha aquela ansiedade de uma lista que cresce indefinidamente.
Rio, 40 Graus (1955)
Nelson Pereira dos Santos é um dos nomes essenciais para iniciar o estudo sobre o cinema brasileiro. Rio, 40 Graus é o longa-metragem de estreia do diretor, uma obra autenticamente cartão postal do Rio do Janeiro, que revela a dinâmica da sociedade carioca, a relação entre a classe média burguesa e a população que desce do morro e das comunidades para conquistar o sustento e atenuar a indignidade diária.
Não é, entretanto, um filme sobre luta de classes ou reveladora da desigualdade social. Diferente do Cinema Novo que inspirou anos mais tarde, Rio, 40 Graus não adota uma estética de práxis política. Não está preocupado em empregar a forma cinematográfica em mecanismo de denúncia, mas em um documento do Rio de Janeiro na década de 50: o Pão de Açúcar, o futebol no Maracanã, a praia, as relações humanas que gravitam no dia a dia. Esta obra-prima do cinema nacional está disponível no Globoplay e Oi Play.
O Massacre da Serra Elétrica (The Texas Chain Saw Massacre, 1974)
1º de outubro deste ano, o clássico do terror, O Massacre da Serra Elétrica, completará 50 anos. É um dos filmes inspirados no assassino condenado Ed Gein - Psicose é outro - e, se não é o precursor do gênero slasher - Psicose é o proto-slasher norte-americano -, é um dos exemplares mais significativos junto a Halloween, A Hora do Pesadelo, Pânico e Sexta-Feira 13 (argh!). Dá até para debater se O Massacre da Serra Elétrica é mesmo um slasher ou um exploitation.
O clássico de Tobe Hooper, produzido com uma bagatela para os padrões da época, já inicia com uma mensagem que tenta conferir a impressão de veracidade à história de um grupo de cinco amigos em uma viagem de carro. O erro deles? Oferecer carona à pessoa errada que os levou ao matadouro de sua família de sádicos, dentre os quais, o icônico Leatherface, que tem o hábito de arrancar a pelo do rosto de suas vítimas para vesti-las como uma máscara. Mais do que o terror absoluto, é a forma semidocumental e áspera que torna O Massacre da Serra Elétrica tão marcante. O filme está disponível para locação on-line na Amazon Store e iTunes.
King Kong (1933)
King Kong, a oitava maravilha do mundo, é uma criatura capturada e sequestrada da Ilha da Caveira para Nova York, por um diretor de cinema, e um marco da história do cinema de terror exibido, pela primeira vez, em 2 de março de 1933 antes de se tornar a maior bilheteria daquele ano. Fay Wray interpreta a jovem atriz pela qual King Kong apaixona-se, antes de morrer em uma queda do alto do Empire State. Os efeitos visuais e a engenhosidade da integração desses à narrativa metalinguística e histórica são os pontos alto de King Kong.
Em contrapartida, King Kong passou a ser alvo de um revisionismo histórico de quem o encara como uma obra alegoricamente racista, um argumento reforçado pelo fato de a captura e o transporte do gorila gigante para entreter os norte-americanos assemelhar-se à escravidão. Bem, King Kong está disponível no MAX e, para aluguel, na Amazon Store, iTunes e Google Play.
Eita que esses 1001 filmes vão entrar na minha lista de 2445 filmes que quero ver 😅 mas adorei a ideia
Eu abri crente que ia encontrar sua recomendação para o podcast do Obsessões hahaha