Cinema com Crítica

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Medusa Deluxe

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Uma produção com apenas uma sequência

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Márcio Sallem
jul 18, 2024
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Medusa Deluxe
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As férias do Clube do Crítico estão apropriadas para estudar e assistir a obras que deixei passar nas minhas listas serviços de streaming afora. Ontem, foi a vez deste britânico Medusa Deluxe, do estreante em longas-metragens Thomas Hardiman.

O crítico Pablo Villaça já criticou mais de uma vez a utilização de plano sequência quando somente como um meio para chamar atenção, o que fica mais evidente por tratar de um diretor estreante querendo marcar território.

O plano sequência é um plano cinematográfico que transita por espaço e tempo sem cortes. A narrativa é um fluxo contínuo do início até o final, o que exige coordenação de atores, do operador de câmera e dos assistentes que viabilizam a execução de uma ação sem cortes e que transita por muitos ambientes e cenários, além evidentemente de uma encenação milimétrica pensada pelo diretor e pelo diretor de fotografia. Por que encenar dessa maneira em vez da maneira tradicional?

No caso de Medusa Deluxe, a decisão confere maior urgência à narrativa, que é uma investigação do assassinato de um cabelereiro durante um concurso de penteados. É também uma demonstração de virtuosismo, da mesma maneira que os cabelereiros ao utilizarem as modelos como as suas telas em branco. Para uma narrativa que trata da virtude dos artistas de penteados, da genialidade e também do gênio, parece razoável que Thomas Hardiman tenha optado por uma forma ímpar de narrativa, ainda mais em razão da escolha da razão de aspecto 4:3 (que recorta uma imagem mais quadrada).

A propósito, os 10 minutos iniciais são arrebatadores, já que a câmera movimenta-se incessantemente no interior de um camarim rodeado de espelhos com uma energia e cautela para que não aparecesse nos reflexos. É hipnótico. A direção ainda emprega o recurso comum em planos sequência (pense em Magnólia, de Paul Thomas Anderson) que denomino de personagem de transição, que a câmera acompanha até levá-la para o outro ambiente onde a ação continuará. O plano sequência, após um tempo, fica um tanto invisível ao olhar do espectador que para de notar a técnica e passa a perceber a ação propriamente dita, e Medusa Deluxe não decepciona com o retrato de um mundo particular ainda que não faça o mesmo com o mistério que pretende revelar.

É um filme interessante, tanto pelo universo quanto pela técnica, e que me leva à parte dois deste texto, uma lista de filmes fotografados em plano sequência.

vTYm2oSsSCqDS0GVMGSBXdrHZBl.jpg (3840×2160)

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