O Cinema Argentino é melhor do que o Cinema Brasileiro?

Por que esta pergunta é idiota.

Luiz Felipe Pondé publicou, na Folha de São Paulo, um editorial no qual celebra o cinema argentino e critica o cinema brasileiro, apoiado apenas em três gêneros: as chanchadas, a masturbação mental de egos narcísicos e os panfletos de esquerda. E no texto, o autor procura defender o argumento de que o cinema argentino é melhor do que o cinema nacional e oferece reflexões a respeito.

Falar em argumentação é elogio, pois desconfio que Pondé não seria aprovado em uma prova do ENEM com um texto pobre igual a este que parte de dois exemplos, com que pretende justificar o todo. Dois míseros exemplos sem nenhum esforço argumentativo comparativo (por mais imbecil que seja comparar cinematografias) de trazer ao debate séries brasileiras com que faça o contraposto.

“Olhemos dois exemplos, razoavelmente recentes, de séries argentinas, ambas com duas temporadas, de 2022 e 2023. ‘Iosi, o Espião Arrependido’, no Amazon Prime Video, e ‘Meu Querido Zelador’, no Star+”.

Para Pondé, um dos elementos relevantes de Iosi, o Espião Arrependido é o “tratamento da corrupção e da truculência do Estado argentino” em um parágrafo encerrado com uma pergunta retórica e maliciosa “Reuniões entre membros corruptos do governo e criminosos se dão na Casa Rosada. Será mesmo que a corrupção dos Estados nacionais chega assim às cortes? Claro que sim”.

Pela argumentação pobríssima do autor, não seria esta produção um panfleto, seja de esquerda ou direita?

Será que faltam filmes ou séries brasileiras sobre o tema da corrupção: Bandidos na TV, A Divisão e O Jogo que Mudou a História, ou Tropa de Elite 2, Brasília 18% e O Invasor, são algumas produções audiovisuais que tratam do tema de múltiplas formas.