Como forma de arte, o cinema criou e desenvolveu ferramentas que artes parentes não possuíam e que ajudaram a individualizá-lo. A ilusão do movimento em detrimento da estaticidade da imagem fotográfica ou a construção de significado pela montagem são ferramentas características da arte cinematográfica, a exemplo também do close-up. Se a dança e o teatro mantém o espectador distante do palco onde acontece a encenação, o cinema encontrou uma maneira (também uma ilusão) de aproximar o espectador dos artistas. É até irônico: no teatro, atores e espectadores estão materialmente no mesmo ambiente, ainda que fisicamente afastados; no cinema, diferentemente, não há atores, somente a sua representação eternizada em forma de imagem, MAS o espectador pode aproximar-se mais desta representação do que do ator materialmente no teatro através do plano close-up.
Por definição, o plano close-up é aquele que enquadrada o ator do topo da cabeça até a linha do ombro, aproximadamente. Enquanto os planos abertos informam o espectador do contexto da ação, o plano close-up convida-o a enxergar e compartilhar a emoção do personagem, a investigar mentiras, segredos ou omissões. Maria Falconetti, na figura abaixo, em minha modesta opinião, na maior atuação da história do cinema, traduziu o tormento de sua personagem no clássico de Carl Theodor Dreyer, A Paixão de Joana D'Arc (1928) - ou O Martírio de Joana D'Arc, os dois títulos coexistem - tão somente a partir de close-ups.
Mas quem realizou o primeiro close-up da história do cinema?
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